quarta-feira, 25 de março de 2015

"Conto de Fadas"

No outro dia uma amiga dizia-me que nunca se imaginou aos 28 anos estar na situação em que se encontra…
Na verdade, e muito devido aos contos de fadas que nos “impingem” desde muito cedo, temos uma ideia muito errada do que a vida vai ser.
No meu caso, sempre imaginei que aos 18 anos iria para a faculdade, onde faria as melhores amizades da minha vida. Namoraria (e como nunca fui pudica não seria com dois ou três rapazes… mas também não seria com a equipa de futebol da faculdade) e eventualmente iria conhecer o Homem da minha vida. Aos 23 anos terminaria o curso e arranjaria um trabalho decente e aos 25 casaria…
Este era o plano idílico que tinha na minha cabeça desde os quatro anos, altura em que decidi qual a profissão que pretendia seguir.
Devo acrescentar que aos nove anos, quando descobri a história romântica de como os meus avós se casaram (fica para outra altura…) comecei a sonhar com o meu próprio casamento.
Nada disto se concretizou como é óbvio… Acredito que exista muita gente que tem a “sorte” de ter tudo com o que sonhou… Não é o meu caso nem o caso do meu grupo de amigos. Mas, verdade seja dita, aos 28 anos não me sinto minimamente inclinada para levar a vida que imaginei que teria nesta altura. E não me arrependo de nenhuma opção que tomei ao longo da vida.
As minhas melhores amigas não foram minhas colegas de faculdade no entanto sei que posso contar com elas para tudo (até para mandarem vir comigo quando estou a “passar das marcas”). Namorei e conheci rapazes fantásticos e outros (vamos dizer) menos bons, e por duas vezes pensei ter encontrado o Homem da minha Vida. Não encontrei ainda o trabalho que me vai fazer feliz e cada vez mais me convenço que aos 18 anos nada sabia da vida para escolher o curso que iria tirar. E acima de tudo não tenho filhos nem me vejo a querer tê-los num período tão próximo.
A minha amiga encontra-se a realizar um sonho antigo e pelo qual lutou grande parte da vida. Já teve grandes desilusões amorosas porque dá tudo dela na relação e recebe muito pouco em troca. Neste momento, embora devesse estar feliz porque finalmente está a começar a seguir a vida com a qual sonhou, não consegue… E porquê? Pois claro… Tinha que ter um homem para estragar a sua felicidade total…

Porque será que nos deixamos envolver de tal forma que uma simples pessoa pode estragar a nossa felicidade só por respirar? Como podemos deixar que a sua existência nos afecte de tal forma que só o facto de o vermos nos deixa mais feliz que comer um pedaço do melhor chocolate do mundo? E pior… porque é que o nosso dia só faz sentido quando ele passa… mesmo que nem olhe na nossa direcção?

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