No outro dia uma
amiga dizia-me que nunca se imaginou aos 28 anos estar na situação em que se
encontra…
Na verdade, e muito
devido aos contos de fadas que nos “impingem” desde muito cedo, temos uma ideia
muito errada do que a vida vai ser.
No meu caso, sempre
imaginei que aos 18 anos iria para a faculdade, onde faria as melhores amizades
da minha vida. Namoraria (e como nunca fui pudica não seria com dois ou três rapazes…
mas também não seria com a equipa de futebol da faculdade) e eventualmente iria
conhecer o Homem da minha vida. Aos 23 anos terminaria o curso e arranjaria um
trabalho decente e aos 25 casaria…
Este era o plano
idílico que tinha na minha cabeça desde os quatro anos, altura em que decidi
qual a profissão que pretendia seguir.
Devo acrescentar
que aos nove anos, quando descobri a história romântica de como os meus avós se
casaram (fica para outra altura…) comecei a sonhar com o meu próprio casamento.
Nada disto se
concretizou como é óbvio… Acredito que exista muita gente que tem a “sorte” de
ter tudo com o que sonhou… Não é o meu caso nem o caso do meu grupo de amigos.
Mas, verdade seja dita, aos 28 anos não me sinto minimamente inclinada para
levar a vida que imaginei que teria nesta altura. E não me arrependo de nenhuma
opção que tomei ao longo da vida.
As minhas melhores
amigas não foram minhas colegas de faculdade no entanto sei que posso contar
com elas para tudo (até para mandarem vir comigo quando estou a “passar das
marcas”). Namorei e conheci rapazes fantásticos e outros (vamos dizer) menos
bons, e por duas vezes pensei ter encontrado o Homem da minha Vida. Não
encontrei ainda o trabalho que me vai fazer feliz e cada vez mais me convenço
que aos 18 anos nada sabia da vida para escolher o curso que iria tirar. E acima
de tudo não tenho filhos nem me vejo a querer tê-los num período tão próximo.
A minha amiga
encontra-se a realizar um sonho antigo e pelo qual lutou grande parte da vida.
Já teve grandes desilusões amorosas porque dá tudo dela na relação e recebe
muito pouco em troca. Neste momento, embora devesse estar feliz porque
finalmente está a começar a seguir a vida com a qual sonhou, não consegue… E porquê?
Pois claro… Tinha que ter um homem para estragar a sua felicidade total…
Porque será que nos
deixamos envolver de tal forma que uma simples pessoa pode estragar a nossa
felicidade só por respirar? Como podemos deixar que a sua existência nos afecte
de tal forma que só o facto de o vermos nos deixa mais feliz que comer um
pedaço do melhor chocolate do mundo? E pior… porque é que o nosso dia só faz
sentido quando ele passa… mesmo que nem olhe na nossa direcção?
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