No outro dia uma amiga
confidenciou-me, um pouco a custo, que estava a ter alguns problemas no seu
relacionamento. A natureza da confidência não me estranhou… o que me estranhou
foi a forma envergonhada como ela me contou o assunto.
No início entrei em choque pois
tratava-se de uma das minhas amigas mais antigas e a primeira a aventurar-se
nos caminhos do “amor maduro”… Nunca esperei tal reacção da parte dela quanto à
questão no entanto, após lhe ter dito tudo o que achava sobre a situação e ter
ajudado partilhando os meus "conhecimentos" e vendo que ela estava cada vez mais
envergonhada conforme ia ouvindo o que eu estava a dizer, percebi que estávamos perante
um tabu… Conheço-a desde criança mas realmente nunca tínhamos falado do assunto
tão abertamente como estávamos a fazer naquele momento.
Depois dessa situação
apercebi-me que de todas as minhas amigas/confidentes talvez apenas com duas ou
três tinha falado tão abertamente sobre o assunto sem qualquer crítica
associada e sem falsos moralismos.
Trata-se de algo tão natural
como respirar mas nós ainda temos receio de que nos critiquem…
Fomos ensinados
a esconder e guardar para nós tudo o que não era considerado dentro dos padrões
normais da moral…
Em quem devemos nós confiar se não for nas nossas amigas mais
próximas? E como podem elas ajudar-nos se não sabem os nossos receios mais íntimos?
Se apenas partilharmos parte dos nossos problemas podemos receber conselhos assertivos?

Afinal o que é a amizade?
Amizade não tem preconceitos,
julgamentos ou críticas. A amizade deve ser pura. Os nossos amigos são a família
que nós escolhemos adoptar.
Em quem afinal confiaremos se
não na família que escolhemos acolher no nosso coração?
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